segunda-feira, 14 de junho de 2010

Como estimular seu filho?


Estimular a criança é fundamental sempre, desde o ventre materno. Muitas vezes, ainda dentro do útero o bebê demonstra reações surpreendentes. Logo que nasce, o bebê ainda não enxerga tão bem, e sua audição ainda não é tão apurada, por isso o estímulo gira em torno do toque. Tudo o que é preciso fazer é tocar a criança, fazer com que se sinta segura, como se sentia dentro da barriga.

Há controvérsias entre o que lemos, o que os médicos falam, o que o coração manda e o que os parentes palpitam. Mas eu vou defender o seguinte: ponha-se no lugar do bebê. Você não enxerga nem escuta muito bem, não sabe fazer nada sozinho, não entende porque sente dores, frio, incômodos que não existiam antes. Tudo o que você deseja é sentir a presença de quem sempre lhe deu segurança, e que tudo seja o mais parecido possível com o que era antes. E isso tem um resumo: toque. Pele a pele, embrulhar o bebê bem apertadinho, pouca luz, voz suave. Isso vai dar segurança para que ele cresça e desenvolva melhor seus sentidos.

Depois dessa fase de recém-nascido, estimular a visão e a audição da criança é fundamental. E esse é um campo infinito. Brincar é fundamental. E eles brincam sozinhos, com as mãos, com as figuras da parede, com a própria voz. Somente convivendo com as pessoas e observando o mundo ao redor, a criança aprende. E se usarmos nosso tempo com eles brincando, conversando, tendo um tempo de qualidade, eles aprendem mais ainda. Falar com a criança corretamente, sem forçação de barra, mas claramente ajuda muito. Inventar apelidos para as coisas tem sua utilidade, mas tem limite. Chamar um cachorro de auau não é crime, afinal esse é o som que o cachorro faz, mas palavrinhas chatas como "dedeira", "pepeta", não fazem sentido. A criança pode sim, falar errado, mas a gente não. Não se trata de ficar corrigindo a criança, mas de simplesmente falar como adulto, corretamente. "qué dedeira..." "sim, meu amor, a mamãe já vai te dar mamadeira." Oi, simples assim.

Vejo muitas crianças e adultos que convivem juntos mas vivem em mundos diferentes. A criança brinca com seu mundo de brinquedos, sozinha, e o adulto ferve os miolos com seu mundo de preocupações. Os dois dividem o mesmo ambiente, mas não interagem. Isso é comum demais no mundo de hoje. Não é que os pais mereçam o inferno, mas isso vai virando um círculo vicioso, e não muda nunca. Isso ocorre muito aqui em casa. Sabe, do jeito que eu falo do Mateus com tanto carinho, parece que eu nunca vou fazer isso, mas isso não quer dizer que eu não amo meu filho. Quer dizer que estamos sendo engolidos pela rotina. E é necessário abrir os olhos.

É muito enriquecedor, para a criança e para os adultos, passar um tempo brincando, deixando a criança comandar a brincadeira, entrando na "dança" dela. Mesmo que esse tempo seja cronometrado. É melhor cronometrado do que nenhum. Jogar conversa fora, mostrar "olha o ônibus verde", "olha o gatinho ali", "o que é aquilo lá", é muito bom para desenvolver a linguagem. É estarrecedor perceber que passamos tanto tempo com nossos filhos sem conversar com ele. Digo conversar mesmo, e não só responder entre dentes o que ele fala, sem prestar atenção realmente, tipo "é, sim, eu vi, meu filho, que lindo, né?" Puxe assunto, fale de coisas de que ele gosta, faça trabalhos manuais, desenhe, corra, chute bola. Seja criança também às vezes.

Vivemos no mundo dos filhos únicos. Não quero que Mateus seja filho único para sempre, mas no momento ele vai continuar sendo. Por isso é importante que não deixemos nossos filhos se sentirem sozinhos. Ser companhia para seu filho é fundamental.

Bem, gente, isso é o que eu tenho a dizer sobre estímular seu filho. É claro que às vezes a criança precisa de estimulação profissional, como o Mateus, que faz fono e fisio. Mas a estimulação do carinho e do amor é a melhor de todas. Aproveite, o tempo passa rápido demais!

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