segunda-feira, 29 de abril de 2013

Problema é dinheiro?

Fim do ano passado. Íamos ao aniversário do filho de uma amiga. Avisei a ele, dias antes, como sempre faço. Então vem a pergunta:

- Mãe, a festa vai ser no salão?
- Não, filho, vai ser na casa dele.
- Aaah, nãooo, tem que ser no salãoooo...

Achei que era hora de ensinar essa criança o valor do dinheiro. Não que eu tenha escondido tudo dele antes, mas ele nunca se apegou a esses detalhes. Pra ele festa era bolo, parabéns, brincar e pronto. Agora, estava envolvido no mundo consumista infantil. Falei:

- Filho, festa no salão é muito caro. Custa muito dinheiro. E a tia não tem dinheiro pra fazer festa no salão. E é por isso que a mamãe nunca fez festa no salão pra você. Entendeu?
- Entendi.

Ele saiu de perto de mim e encerrou (aparentemente) o assunto. Instantes depois, voltou. Me deu uma moeda de R$ 0,01 (não sei onde ele achou isso, fazia séculos que eu não via uma, mas era necessário que a simbologia fosse muito simbólica mesmo) e falou:

- Pronto, mãe. Agora você já pode fazer minha festa no salão.

Segurei a moeda e pensei: "Tá, é isso, agora só faltam R$ 4999,99. Fácil."
Contei pro pai dele, a gente nunca pôde mesmo fazer isso. Íamos dar uma enganada, alugar pula pula, ele tava se conformando, "mas tem que ter videogame, mãe, festa no salão tem videogame.", eu estava tentando bolar uma festa diferente pra ele. Afinal, ele nunca fez questão de nada, nunca pediu nada. Mas aí o marido resolveu que é hora de fazer. E faremos. Graças a Deus. Poder, não podemos, mas não ficaremos mais ricos se não gastarmos esse dinheiro. Meu filho merece!

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Formatura e médicos (não necessariamente nesta ordem)

Vim aqui para mostrar umas fotos da formatura de jardim do meu rebento. Vim também pra falar sobre os médicos. Tem uns meses que ando pesquisando sobre síndrome de Asperger, porque Mateus tem umas características bem parecidas. Interesse restrito, inteligência preservada ou superior à média, respostas socialmente inapropriadas, entre outras. Aí, marquei consulta com a psicóloga, pediatra e neurologista.

Já tinha falado com a psicóloga, que não deu muita bola. Na consulta dos pais, ela falou que acha cedo pra falar sobre autismo e Asperger, por causa da história neonatal dele. Disse que ele já mudou muito (verdade) e que aposta em muito mais mudança no comportamento dele. Fui à pediatra, que se interessou bastante pelo assunto. Disse que ele apresenta sim um comportamento autista, que pode ser Síndrome de Asperger ou só um autismo decorrente da prematuridade dele. Me orientou a levá-lo ao neurologista e disse que pediria à psicóloga para fazer uma nova avaliação.

Então fomos ao neuro. Ele já começou com uma atitude de ponha-se no seu lugar, você é mãe, leiga, eu sou o médico. Não disse estas palavras, mas agiu assim. Me interrompia, enfim, aff! Disse que pode sim ser Asperger (de novo) e pode ser uma sequela da prematuridade. Eu disse que preciso saber, pra saber como lidar, pra falar pra escola, pra explicar às pessoas que lidam com ele... ele disse que não importa, que em um caso ou outro, o tratamento é o mesmo e está correto.

Aí ele vem com a seguinte pergunta: Vocês já fizeram dieta sem glútem com ele? Eu respondi que não. Então ele me fala que alguns autistas melhoram o comportamento quando param de comer glúten. Alan falou: sim, menos em festinhas, e... dai o ilustre doutor vem e diz: ora, leva bolo pra ele, hoje em dia tem farinha sem glúten, macarrão, biscoito, não é tão difícil de achar, no Mundo Verde tem muita coisa... nesta hora eu comecei a bloquear parte do que ele estava falando. Mas ainda ouvi quando ele disse: Glúten e lactose. E lactose tudo, tá? manteiga, queijo, iogurte... comecei a não ouvir mais o que ele dizia. Olhava pra ele, com um leve sorrisinho, o meu clássico "uhum..." até sair do consultório, fazer o eletro que já é de praxe e finalmente ir embora. Enquanto esperávamos o eletro, o Alan estava bem interessado em fazer a tal dieta. E eu, decididamente disse: Não vamos fazer dieta nenhuma. Não vou fazer Mateus passar por este estresse sem nem ter certeza de que vai dar certo. E o comportamento dele vai "melhorar" pra quê?

Se Mateus tivesse um sério problema de saúde, uma alergia, eu não pensaria duas vezes em fazer a dieta. Mas não vou fazer Mateus deixar de comer as coisinhas que ele gosta para tentar fazer com que ele mude seu jeitinho, que eu tanto amo. Foi uma das raras decisões que eu tomo tendo certeza de que estou fazendo a coisa certa. Saí do consultório com o doutor dizendo que o eletro estava ótimo, e que eu deveria voltar depois de 3 meses pra ver o resultado da dieta. Aham, tá. E, no fim, Mateus continua sem um laudo (eu como educadora sinto esta necessidade, não é vontade de rotular meu filho, é só pra ter e dar clareza do tratamento com ele) e não devo voltar ao neuro tão cedo. A psicóloga vai voltar a fazer a avaliação e depois voltaremos à pediatra. Mateus faz 7 anos este ano e até agora... algumas reticências e uma certeza: amo muito meu filho, do jeitinho que ele é e vou fazer tudo - como sempre fiz -  pra que ele viva da forma mais feliz possível. TE AMO, BEBÊ!!!

As fotos:



Este é o Cláudio Matheus, grande amiguinho da escola...

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