sábado, 21 de agosto de 2010

Fofuras do Mateus, e sobre palmadas


Ontem, ao se preparar pra tomar banho:
- Tira a camisa, Mateus.
- Hãããã... HÃÃÃÃÃÃÃ!!! (resmungando enquanto puxa a manga da camisa e tenta tirar o braço)
- Mateus, puxa direito! e para de chorar, que você tá muito velho já!
- Aaaah, eu quero ficar novoooooo!!!

Anteontem, deitado, desolado no sofá, após uma semana de virose, diarreia indo e vindo:
- Mamãe, leite com Nescau faz mal? (tadinhooooooooo)

Há um tempo atrás, no banho comigo:
-É seu pinto? (apontando pra "cá").
-Não, não é. (pensando: esquece, esquece, esquece...)
-É seu pinto, mãããeeee???
-Não, Mateus. Eu não tenho pinto, porque eu sou menina. Você é menino.
-Eu tenho, né?
-Tem.
-E o papai, tem?
-Tem, porque ele também é menino.
Morreu o assunto. Graças a Deus, eu pensei. No domingo seguinte, NA MISSA:
-(tocando minha perna com o dedo, me chamando)Mamãe, TÁ SEM PINTO???
-(!!!)Olha aqui, filho, o desenho na folhinha, que bonito!!!
-TÁ SEM PINTO, MÃEEEE???
-(!!!...morri)

Ele faz um monte de coisas deliciosas o tempo todo, mas agora só estou me lembrando disso.

Bem, estamos passando por uma fase complicada com nosso anjinho, na qual ele está com um interesse restrito (falei bonito, né? aprendi com a "psicóuga" do Mateus) em ligar e desligar luz e ventilador. Ele simplesmente vai por impulso: tem um interruptor ao alcance dele, ele liga (ou desliga). E pode passar horas fazendo só isso, ligando e desligando. Daí que a gente sabe que faz parte do momento dele, mas não sabe muito lidar com isso. Tenta impedir, fala mil vezes que não pode, etc, etc.

Algumas vezes, depois de já ter falado um milhão de vezes pra não ligar o ventilador porque está frio, ele simplesmente passa pela porta do quarto e... liga o ventilador. O sangue sobe, vem aquele suspiro que faz barulho e a mão coça. Uma palmada? será que vai resolver o problema naquela hora?

Reconheço que já recorri a ela. E sabe o que ela causa? muitas vezes nada, e 1 minuto depois ele repete a façanha, ou então causa choro. O choro parece mostrar que ele não vai repetir, mas que nada, daqui a pouco, tudo de novo. Sabe de uma coisa? O tapa faz ele chorar, me faz me sentir um lixo de mãe e não adianta nada. Conversar, colocar pra pensar, explicar que não pode é muito mais eficaz. Bem... também não dá muito resultado, mas pelo menos não machuca. E ele pelo menos está me ouvindo e me entendendo. Uma hora ele vai aprender. Apanhando não se aprende.

Tem aquela história de que "apanhei e não morri". De fato. Eu já apanhei também, não morri, não fiquei revoltada, não amo menos meus pais por causa disso, pelo contrário, os amo pelo que fizeram de mim. Eu não era espancada, levava aqueles tapas corretivos nos braços, nas pernas, mas eles também conversavam muito (davam "palestra", às vezes). Mas hoje em dia eu aprendi coisas diferentes e penso diferente. Então, por que fazer igual, se acho que tem que ser diferente?

Caí na tentação da palmada algumas vezes. Mas claro que a gente não quer errar mais daqui pra frente. Tem mais uma coisa. Se meu chefe me irritar eu vou simplesmente dar-lhe um tapão? Se alguém pisar no meu pé, eu vou bater? certamente que não, sabe por quê? porque são do mesmo tamanho que eu, e vão me bater também. É isso aí, bater em quem é mais fraco do que você é uma tremenda covardia. Pense nisso!

3 comentários:

Alek disse...

Ah, Aline... essas crianças saem com cada "pérola", só a gente anotando mesmo para não perder nenhuma... depois passa o tempo, esses danadinhos crescem e a gente tem tudo isso para relembrar.
Mariana tem dias que diz cada uma que só vendo para crer...rsrs...beijos!

Andrea disse...

ai meu Deus... eu ia morrer de vergonha, criança é terror,kkkkkkkkkkk. Esse Matheus foi feito de encomenda mesmo. Que danado.
Bjs amiga, estou rezando por vc, viu!! não esqueci do sonho do baby.

Roberta Avoglio disse...

Amiga,
Adoro a forma como você escreve!
Fácil, gostosa e inteligente.
Adorei seu texto sobre palmadas.
Tomei a liberdade de divulgar para as amigas.
Bjão,
Te adoro!!!

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