sexta-feira, 13 de março de 2009

Mais um pouquinho sobre prematuridade

Voltando ao assunto, quero falar sobre algumas intercorrências que nos afligiram um pouco na estadia de Mateus na UTI.

Anemia:
Imaginem um bebê muito pequeno. Muito mesmo! nesse caso, o bebê está sujeito a muitas coisas, já que sua imunidade é fragilíssima. E uma anemia pode ser muito grave, nada comparado às anemias que a gente tem quando é adulto ou mesmo crianças maiores, que podem esperar efeitos de medicações ou mesmo dietas controladas. O bebê pode ir a óbito em horas. Por isso, quando constatada uma anemia, o procedimento é fazer imediatamente uma transfusão de sangue. Isso me assustou muito, já que ele fez sua primeira com apenas 5 dias de vida. Ao todo, foram 4 transfusões, e se eu tivesse o esclarecimento que tenho hoje não teria me assustado tanto.

Hemorragia intra-craniana: Sim, é grave. Ocorrem em 4 graus de gravidade. A do Mateus foi 3. É um sangramento que ocorre no cérebro, não sei explicar cientificamente, mas é porque o corpinho dele foi muito agredido por ter que sobreviver no mundo externo muito antes da hora. Bem, foi isso o que causou a primeira anemia, que foi controlada com a transfusão. A consequência grave é o coágulo que se forma, e que entope a saída do líquido do cérebro, causando hidrocefalia. Mateus tem, mas está compensada, ou seja, não está crescendo. Se começar a crescer precisa colocar uma válvula que vai levar esse líquido até a cavidade abdominal. Muitas pessoas vivem normalmente com essa válvula, sem problemas. Há também possibilidade de lesões cerebrais, mas isso ainda não sabemos. Sabemos que ele tem perda auditiva, mas não sabemos a causa exata. pode ser a hemorragia, podem ser os antibióticos. Sabemos também que seu desenolvimento cognitivo até agora está muito bem, obrigada...

Broncodisplasia pulmonar: O pulmão é o órgão mais castigado pela prematuridade... muitas vezes o prematuro tem sequelas permanentes, vai pra casa ainda dependente do oxigênio. Mateus desenvolveu broncodisplasia, é uma doença pulmonar que o tornava muito dependente do oxigênio. Ele ficou 2 meses nessa dependência, pensei que não acabaria nunca. Depois da alta tivemos poucas intercorrências, uma bronquiolite aos dois anos, antes disso uma ou outra canseira, tratada com berotec ou corticóide. Hoje ele toma um remédio de uso contínuo, parece uma bombinha de asma, o flixotide. Além disso é acompanhado por pneumologista.

Convulsões: As causas são inúmeras, mas pode ter relação com a hemorragia craniana. Tomou anticonvulsivante por um ano, apesar de não ter tido nenhum episódio de crise convulsiva depois da alta. No início tinha apenas alguns abalos, mas nada grave.

Vou pausar esse post aqui porque Mateus está com aquele chorinho insuportável aqui no meu ouvido, pedindo atenção... Amanhã continuo!!!

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